Oriunda de uma família da alta burguesia, frequenta o colégio St Julian’s, no Estoril. O término dos estudos em Londres determinaria um outro futuro; aceite pela Slade School of Art (1952-1956), Paula Rego conhece o pintor Victor Willing, com quem vem a casar, e aprende a fazer “arte de adulto”, como chama à pintura de cavalete. Gestualista e espontânea, habituada a desenhar no chão, em contacto directo com os objectos da pintura, esta nova forma de criar afasta-a do seu universo infantil.
A viver na Ericeira (1957-1962), é numa ida a Londres, dois anos depois, que Paula Rego encontra Dubuffet e, com ele, a libertação. Em 1979 instala-se definitivamente em Londres com a família As histórias desfilam em sequências ordenadas, em que os referentes são mais ou menos óbvios e em que predominam uma sexualidade e uma agressividade perturbantes. A viragem radical dá-se com a série da menina e do cão. A figura feminina assume claramente a liderança na acção, enquanto o cão é subjugado e acarinhado. A menina faz de mãe, de amiga, de enfermeira e de amante, num jogo de sedução e de dominação que continua em obras posteriores. Tecnicamente as figuras ganham volume, o espaço ganha solidez e autonomia, a perspectiva cenográfica está montada. Em 1987, Paula Rego assina com a galeria Marlborough Fine Art, o passo que faltava para a divulgação internacional.
A 1988 é assinalado em obras como O Cadete e a Irmã, A Partida, A Família ou A Dança, de, em que o espectro da separação e a autonomia da mulher em relação ao elemento masculino estão presentes. Em 1994, realiza a série de pinturas a pastel intitulada Mulher-Cão, que marca o início de um novo ciclo de mulheres fortemente simbólicas, representadas sozinhas, mas aparentemente escravizadas a algum parceiro ausente ou imaginário. A pintora assimilou uma estranha história de que ouviu falar, a história de uma mulher que vivia sozinha com os seus animais numa casa enorme, perdida algures no meio das dunas. Quando o vento soprava, a mulher ouvia a voz de uma criança na chaminé, que lhe dizia para matar todos os animais. Enlouquecida pelo vento, a mulher põe-se de cócoras, abre a boca e engole todos os animais. A recordação desta história acudiu-lhe durante uma sessão de desenho e daí nasceu uma figura que resultou como uma mulher-cão, em parte proveniente da história que ouvira, mas sobretudo como o início de um novo ciclo de mulheres solitárias e de aparência feroz, cuja natureza visceral e sexual salta à vista. Esta espécie de regressão, do humano ao animal, tem paralelo na série do Aborto (1997-1999), crítica aberta ao referendo que em Portugal justificou a continuação da criminalização do aborto. Nesta série, a mulher é colocada numa situação de vulnerabilidade, sustentada por posturas menos dignas ou incómodas pelo significado que encerram.
Bibliografia: Imagem - http://images.google.pt/imgres?imgurl=https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8QzPSQI9BwL8JszTj3z9bG1h9LST6smsQI2muApcx-zu9ckSOtE4Hd9FEKM_5qg8Q4ldpuiJmq9p7BfbBbKAzWNfAtssnkwQlURrtM9mMz1-WAaj7AZeMdtoZeZCUPTn9OW8qsc-J86Yc/s320/quadro+paula%252Rego. Texto: http://www.revista.agulha.nom.br/ag32rego.htm .
Bibliografia: Imagem - http://images.google.pt/imgres?imgurl=https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8QzPSQI9BwL8JszTj3z9bG1h9LST6smsQI2muApcx-zu9ckSOtE4Hd9FEKM_5qg8Q4ldpuiJmq9p7BfbBbKAzWNfAtssnkwQlURrtM9mMz1-WAaj7AZeMdtoZeZCUPTn9OW8qsc-J86Yc/s320/quadro+paula%252Rego. Texto: http://www.revista.agulha.nom.br/ag32rego.htm .
1 comentários:
Achamos que está interessante por ser uma artista portugusa, no entanto devias ter resumido mais um pouco, de modo á leitura ser mais fácil :)
Ana Pires e Andreia Martins 9ºB
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